terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Igreja de Cristo – Pérgamo

Saudações, amigos da liga do bem...

Tudo bom com vocês?

Estou muito motivado com esta série sobre As Sete Igrejas da Ásia...

O simples fato de poder escrever sobre a palavra de Deus, trazendo um pouco dos meus conhecimentos, nestes tempos tenebrosos, a fim de edificar a todos que lêem estes estudos, me faz sentir muito feliz e abençoado.

Principalmente agora que, ao que tudo indica, Deus já fisgou o queixo de Gogue...

Mas isto é assunto para uma outra série de estudos (A não ser que o conflito na Ossétia se intensifique)...

Mas, por enquanto, vamos continuar com a série sobre as cartas. E hoje, vamos falar sobre Pérgamo.

Para tanto, peço que prestem atenção no texto que segue:
Apocalipse 2:12-17:

12 E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:
13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem.
15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio.
16 Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

Depois de lido o texto, agora a explanação.

Mas hoje, vou fazer a coisa de um modo bastante diferente. Em vez de fazer uma explanação exegética, vou relatar um pouco da história universal, pois acredito que isto será mais didático.

Então vamos lá...

Na postagem anterior, eu relatei para vocês o que, profeticamente falando, significava a igreja de Esmirna, e a intensa perseguição que ela sofreu durante mandato de dez imperadores romanos, que totalizou, aproximadamente, 250 anos de opressão.

E como eu disse também, aquela igreja, com seu testemunho fiel, venceu a todas tentativas violentas de silencia-la. Só que, eu disse também, isto não foi muito bom (mesmo dentro do plano de Deus)...

Com o crescimento da igreja cristã dentro do império romano, muitas das pessoas da alta sociedade começaram a se converter também. E uma destas pessoas foi o General Constantino.

Este general, que mais tarde se tornou imperador, em decorrência de uma guerra civil, foi o primeiro imperador cristão que o império romano teve.

A partir daí, o cristianismo, que era tratado como uma seita destinada apenas à marginalidade dentro da sociedade, se tornou religião autorizada dentro do império romano.

Isto fez com que muita gente dentro do império procurasse as comunidades cristãs, com o intuito de se “converter”.

Contudo esta conversão não era genuína, o que fez com que muitos destes “novos cristãos” não abandonassem as antigas práticas do paganismo romano.

Com isto, necessitando aumentar as receitas do império (já que, com o aumento considerável no número de cristãos, que se tornaram a maior parcela da população, e conseqüente redução de pagãos, houve redução da arrecadação de oferendas nos templos oficiais), o imperador Teodósio realizou o famoso concílio de Milão, em 351 d.C.

Foi neste concílio que foi instituída a Igreja Católica Apostólica Romana.

Brincou... Você não sabia disto? Achava que a igreja católica tinha sido criada pelo apóstolo Pedro, depois que Jesus lhe deu as “chaves do céu”?

Desculpe dizer isto, mas é tudo história da carochinha. Assim como muitos dos ritos e rituais que existem na igreja católica romana...

Feriados como o Natal, o Carnaval, a Páscoa e o dia de Finados foram instituídos neste período, pois os mesmos eram festas do paganismo romano. Mais precisamente, as festas em homenagem a Apolo (Deus-Sol, filho de Júpiter, que é o líder de todo o panteão romano. Deus este que morre e renasce para trazer a boa dádiva da luz e calor para toda a humanidade. Em sua festa, as pessoas presenteavam-se umas as outras para comemorar esta dádiva); Baco (deus das festas, bebidas, e luxúria. A festas em homenagem a ele eram feitas com muita bebida, música alta e sexo sem compromisso); Ceres (deusa da agricultura e da fertilidade. Sua avatar, que seria a encarnação desta deusa na terra, era um coelho, que presenteava a todos com ovos multicoloridos); e Plutão (deus dos mortos. Nesta festa, as pessoas deveriam ir visitar os túmulos de seus antepassados e lembrar deles para que estes não viessem a se tornar almas penadas).

E como já é sabido de quem costuma ler sobre as histórias dos povos, o paganismo romano originou-se com a fusão das crenças religiosas de vários dos povos que foram anexados a eles através de suas conquistas militares.

E muitas destas crenças tiveram origem no antigo oriente médio. Exemplo disto, a festa em homenagem a Apolo teve origem na Saturnália (pois nesta festa, comemoravam a morte e o renascimento do sol no solstício de inverno, por meio de uma “árvore sempre verde”). E a festa a Ceres teve origem com a celebração a Ishtar (deusa babilônica da fertilidade, cujos símbolos eram o coelho e os ovos!).

E tais crenças tiveram suas origens em crendices acessórias ao culto da mãe/filho, que foi a origem de tantas blasfêmias que o povo de Israel realizou contra Deus quando da existência do antigo Reino de Israel, pois o próprio Deus considerava este tipo de culto como adoração à Satanás.

E a Babilônia foi, durante aproximadamente dois mil anos de história, o quartel-general do culto da mãe/filho. Contudo, com o declínio do império helênico de Alexandre Magno, a base deste culto passou a ser a cidade de Pérgamo, e depois do edito de Milão, Roma.

Terminado este breve relato sobre a história das religiões, vou retornar a interpretação do texto.

A palavra Pérgamo significa casamento misturado, e representa esta mistura com as práticas pagãs e o cristianismo nesta época da história da humanidade.

No versículo 12, Jesus afirma que sua Palavra, e somente ela, é a fonte da verdade, pois a espada de dois gumes é o que a representa.

No versículo 13, o próprio Cristo reconhece que esta igreja afirma trabalhar em nome Dele, e que ela nunca o negou, mesmo tendo alguns membros que foram martirizados.

Contudo, no versículo 14, Jesus afirma que nesta igreja tinham pessoas que seguiam a doutrina de Balaão. Para entender o que isto significa, aconselho que vocês leiam os capítulos 22, 23, 24 e 25 de Números. Pois lá conta a história de tal doutrina. E com relação à doutrina dos nicolaítas, que ele novamente cita no versículo 15, estas eram uma série de práticas que traziam a imoralidade e promiscuidade para o seio da igreja.

E como já disse, quando eu falei da carta de Éfeso, Cristo odeia a falta de caráter, e embora isto não requisito para se perder ou conquistar a salvação, ele espera que tenhamos uma boa conduta, eticamente falando.

No versículo 16, ele pede para que estes se arrependessem antes que ele viesse contra estes, e batalharia com eles usando a própria Palavra.

E quem, dentro desta igreja, vencesse a este desafio proposto, ganharia um voto de confiança dele, que representa o maná escondido, como também a pedra branca.

Após o prévio bombardeio de informações que te passei, e minha breve exegese do texto, você já sacou que Cristo está pegando no pé desta Igreja por ela ser conivente com a idolatria.

Idolatria que destrói com o relacionamento de Deus conosco. Que nos faz endurecer nossos corações e nos perdermos na boa caminhada.

Esta idolatria pode estar estacionada na garagem da sua casa... No espelho do seu banheiro quando você acorda... Na sua conta bancária...

Até mesmo este guerreiro da última hora luta contra a sua própria idolatria, que está na minha estante... Por muito tempo, cometi o erro de superestimar a minha coleção de livros e revistas, a ponto até de cultua-las. E luto até hoje para tirar tais sentimentos do meu coração...

E ainda hoje, temos muita idolatria dentro da igreja. Em alguns casos, vemos até algumas igrejas incorporarem ainda mais rituais estranhos sob o pretexto de estarem fazendo a vontade de Deus. (Desculpa quem vai e acredita, mas banho e sal grosso na sessão do descarrego é demais pra mim...)

E esta idolatria, que nos faz, muitas vezes, perdermos as bênçãos que o Senhor tem para nossa vida.

A parábola da Semente de mostarda nos fala de uma pequena semente que cresce como algo que ela jamais deveria ser, e é uma profecia do que pode acontecer quando o mundo e a igreja são misturados. E a carta de Paulo aos Coríntios é um paralelo óbvio, já que esta a igreja mais mundana de todas que Paulo escreveu.

Este casamento misturado deu origem a quatro filhos. Um digno de honra, dois de crítica e um de desonra. Estes filhos são as próximas quatro cartas, cujos frutos perduram até os dias de hoje.

(Eu sei que vou apanhar de muita gente, mas...)

Vou escrever sobre eles nos próximos posts.

Até mais, amigos da liga do bem.

Fiquem na Paz do Senhor.

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